1.11.06

 
ÁGUAS DO NOVE

O ano e os monumentos voam
Perto, o dia de ser independente
As cigarras sentem o cheiro da chuva
E afinam aladas rabecas

Ensaios de temporais riscam o azul
Guarda-chuvas para prevenidos
Ensopados incautos na rua
Poças, splashes, caos automotivo

Mesmo com tamanha água
O Paranoá escoa
Nunca chegará às 700!
Inundaria a cidade inclinada?

No Tatuapé
Margarida perdeu sapato
no aguaceiro...

Em Jundiaí,
Ladeiras eram cascatas de paralelepípedos
E caravelas de papel

Em Sorocaba
Eu não sabia da aula
Quando chovia

Em Tubarão,
O rio foi ao Centro, marcou paredes
Marcou-me também

Logo, Brasília, férrica-cinzenta,
Retornarás verde
Cigarras reverterão a gravidade
Serão frutos nas árvores saciadas
Num sonoro namoro

Brasília, é Setembro!
Que venham águas
E lavem gentes
Amantes, dependentes
De ti

set/2006

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