5.8.06

 
DE NOVO

Quase tudo muda o tempo todo. Até eu, exímio poste ambulante cabeça-dura, às vezes meto-me numa mudança. Depois de 16 anos servindo à iniciativa privada, adentrei, após provas e reprovas, no serviço público. Virei FUNcionário Público! Abraços em Bruno,
Profeta-Guru dessa empreitada!

Cuidarei dos desasistidos ou “invisíveis” do Estado, ou melhor, dos projetos de transferência condicionada de renda. No Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, conhecido como MDS, vou fazer uma vida em 4 anos, já que o cargo é temporário. E o que nessa vida, não o é?

Engraçado... vestir o terno, usado geralmente em ocasiões especiais e nas entrevistas de emprego, comprar cêra e engraxar os sapatos, assinar umas papeladas, parar o carro próximo ao Anexo, subir uma escada, entrar na recepção e não ser barrado, pois o crachá verde de ansiedade indica passe-livre. Depois de um tempo nas asas da W3, virei Monumental...

Conhecer gentes novas, idéias novas, novas coisas a fazer. Ainda sem lugar para me sentar, e pior ainda, sem teclas para teclar, conheci chefes e colegas – e desenhos de cronogramas, o banheiro, textos esquisitos de acordos internacionais. A sensação verdadeira da primeira bicicleta, do primeiro beijo, do primeiro dia na escola... Tudo novo, quase Colombo e seu ovo, de onde nasceu esse mundo afora.

Na saída, o inacreditável pôr-do-sol, colocado ali por Niemayer e Bulcão. A quem um dia sair do bloco C da Esplanada indo em direção aos anexos, por volta das 18 horas, recomendo olhar à direita: nuvens multicores servindo de moldura para a catedral, remodelada pelas curvas do museu geodésico; a rodoviária incendiada pelo adeus solar, e a Torre de TV, como um míssil, atingindo o céu.

De novo, já tenho bons motivos para ir e voltar do trabalho!

01.08.2006

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