16.1.07

 
2007, O ANO DO ALONGAMENTO

Pois é, o ano se inicia e aproveito para retribuir os votos de boas festas,
feliz natal e maravilhoso ano novo.

Volto rapidamente ao 2006, misturando-o à Perspectiva 2007.

Após deliciante e romântica férias na minha cidade natal, Natal - muito
banho de mar, uma Redinha, um violão, o lado romântico de Pipa
(perfeitamente acompanhado), na volta à Brasília, minha nau encalhou nos
recifes de coral-de-concreto da minha vida: o amor vazou pelo casco, minhas
costas vergaram mais que mastro em tempestade, e a calmaria empregatícia se
instalou de vez. Ali, parado, não poderia mais ficar...

Guardei o que restou do amor na gaveta - aquela que arrumo todo fim de ano.
Passei por exames, remédios, estalações em manobras quiropráticas, RPGs.
Agarrei-me aos livros que boiavam para me levar à praia do serviço público.
Descobri, enfim, que meu problema era o encurtamento: sentimental, muscular
e profissional. Ironia para um cara que sempre pareceu mais alongado que os
outros.

Para curar o encurtamento, usei sua antítese, o A-L-O-N-G-A-M-E-N-T-O.

No mar profissional, atingi uma enseada boa, com um estaleiro onde estou
consertando o casco para viagens, oxalá, transatlânticas. Tenho estudado
cartas náuticas, mapas, o uso correto da bússula e do sextante, para
aprender a usar o leme e o vento ao meu favor. Navegar é preciso, viver...
Na vida, por mais que hajam vertentes religiosas, somos sempre
marinheiros-de-primeira-(e-única)-viagem. Aprender é preciso.

Quanto ao meu arquipélago ósseo-muscular, comecei o 2007 pisando em tatâmes
e me esticando todo, rolando esteiras e erguendo pesos. Estou animado com a
volta ao esporte assistido por professores, já que a natação feita no modo
self-training me rendeu uma baita lesão na cervical. Quem sabe, termino o
ano medindo dois-metros-e-dez. Menos corcunda, já estará de bom tamanho.

Perdi o rumo total no oceano sentimental. Talvez os corcundas só sejam bem
cotados em Notre Dame... Problema de auto-estima e alguns kg a perder, o
esconder-me atrás dos livros, meu automóvel ser do milênio passado. São
várias as causas, todas desaguando na solidão. Bem verdade que a música tem
me salvado ou me levado à loucura total. Ainda não é tempo de desistir, e o
canto de alguma sereia há de tragar-me para o fundo do aquário de um novo
relacionamento que se prolongue até onde tiver que ir.

Sem mais delongas, que todos se alonguem em suas vidas e que em 2007 o mar
esteja para Peixes, Gêmeos e outros zodiacais.

03.01.2007

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