4.8.03

 
P36, aquela de petróleo...

Às vezes, falar não posso
Às vezes, entender eu custo
Às vezes, sorrir eu engulo
Às vezes, o pulmão eu anulo

Quanto mais calo, me afundo
Quanto menos entendo, mais escuro
Quanto menos sorrio, mais retraio
Quanto mais apertado, me diluo

Por vezes, no espelho, me engano
Sou estranho, estrangeiro, intruso
Quase sempre estou inconcluso
Nota fora da pauta, desumano

Quantas vezes talhei novo plano
Tantas vezes sofri infortúnio
Na tênue linha d´água, boiando
Na espreita, irônico, o Fundo

E se, tenho que calar
tenho que custar
tenho que engolir
que anular
não entender
me retrair
apertar
me iludir
estranhar
nada concluir
planejar
falir
flutuar
cair

É porque tenho que viver,
mon ami!

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