1.11.06

 
A BOLSA OU A VIDA

Boiando, somos peixes
Vertebralismo materno nos suporta
Quem nasceu, venceu ao menos um ciclo:
Formados em citologia aplicada
Somos a bolsa
Que sacoleja em cada degrau

O som distorce-se em tecidos
O alimento, chega-nos em tubos
Nada de luz... mas há saída
Antecipada, marcada, conforme a Lua
Somos expulsos, ou arrancados
Deixamos cicatrizes, levamos códigos
Quase decifrados, quem se importa?

Nem todos trocam a bolsa pela vida
Pois amar a bolsa é amar uma promessa
É uma dívida, hemoláctea
São medidas perdidas...
Sem afeto, não há feto
Desfeito, em hospitais clandestinos
Da bolsa ao saco-de-lixo

Por saudade da bolsa, vamos ao sono
Aos sonhos...
Acordar é brincar de renascer
E na vida, pós-bolsa
A recorrente pergunta:
Abort, Retry or Fail?

Set/2006

Comments:
ei, eric. suas disposições de fim de ano já estão no sopão. vai lá. (a propósito: tô repassando sua ficha pra uma amiga com estatura suficiente para figurar no seu aquário quebrado. ela se chama marcya reis e qualquer dia eu e rejane vamos vê-lo tocar e a levamos com a gente). tião.
 
Gostei muito do poema e vou mostra-lo a minha família.
Agora estou esperando para o turno que tenho de odontogeriatria e vi este poema, e gostei.
 
Mariana, obrigado pelo comentário! Ainda não estou na idade para interessar aos geriatras de plantão, mas meu sorriso ficou eviDente após sua consulta. :-)))
 
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