7.10.02
UM DIA, DIREI-TE ADEUS
Soube tudo da tua beleza:
cada centímetro linear e cúbico
cada cheiro exalado e mágico
cada sussurro e cada grito
cada sabor de doce e ácido
cada olhar de adeus oblíquo
E eu ingênuo e lento
perdi todo o raciocínio
e vivo o tormento cálido
no mau hálito do improviso
arrancando os pentelhos
da orelha de um livro
que me deixa mais esquálido
quanto mais é lido
Nessa página, sem a pena
Peno como um varrido
Doidivanas do planalto
Procurando o perdido
Levo a vida é na valsa
Apartado da beleza
apalpada, cheirada,
ouvida, devorada
Só o adeus é meu abrigo...