26.4.05
* *
Outra Canção de Abril
Por aqui, nesses altos planos
ninguém gosta de céu cinzento
nosso mar, adoecido, de ressaca
Como pescar imagens em nuvens?
Outrossim, a seca atrapalha
transforma gramados em cinzas
que qualquer ponta de cigarro
consome no cheiro rápido de fumaça
E entre secos e molhados
os últimos de Abril escoam
motoboys voam sobre espelhos
com vestes de super-heróis do rush
A folhinha já vai virar cinza...
A maior magia desses dias
foi ouvir a locutora língua-presa
da Nacional, minha trilha desde 12
falando alforriadamente,
sem ésses sibilantes
e destravada!
Bom é viver Abril com a língua solta!
Outra Canção de Abril
Por aqui, nesses altos planos
ninguém gosta de céu cinzento
nosso mar, adoecido, de ressaca
Como pescar imagens em nuvens?
Outrossim, a seca atrapalha
transforma gramados em cinzas
que qualquer ponta de cigarro
consome no cheiro rápido de fumaça
E entre secos e molhados
os últimos de Abril escoam
motoboys voam sobre espelhos
com vestes de super-heróis do rush
A folhinha já vai virar cinza...
A maior magia desses dias
foi ouvir a locutora língua-presa
da Nacional, minha trilha desde 12
falando alforriadamente,
sem ésses sibilantes
e destravada!
Bom é viver Abril com a língua solta!
12.4.05
Canção de Abril
Abril ensaiou inverno de ventos
serenando suave nos edifícios
em carros, gente, apartamentos
outono, eu todo, ouvindo Vinícius
Cigarras mudas, dormem enterradas
cultivando seu amor primaveril
no silêncio das Asas paradas
na capital crisálida do Brasil
E volto para casa, reticente
no rádio, Águas-de-Março de Tom
orvalhada alma, corpo e mente
Abri ouvidos, para o outono-som
que seria verão incandescente
se fôssemos nós, dois-em-um-edredon
Abril ensaiou inverno de ventos
serenando suave nos edifícios
em carros, gente, apartamentos
outono, eu todo, ouvindo Vinícius
Cigarras mudas, dormem enterradas
cultivando seu amor primaveril
no silêncio das Asas paradas
na capital crisálida do Brasil
E volto para casa, reticente
no rádio, Águas-de-Março de Tom
orvalhada alma, corpo e mente
Abri ouvidos, para o outono-som
que seria verão incandescente
se fôssemos nós, dois-em-um-edredon
8.4.05
Mão Dupla
Hoje eu tava precisando
de um abraço silencioso
daquele que mata a saudade
e fala tudo, sem palavras
No toque surdo, dois corações
sincronizados no beat
esquecer o rush, o Bush, o ponto
aquecer as linhas das mãos
Estancar o sangramento
das horas vazias
Olhar mais do que o visível
e sair de mãos, finalmente, dadas
Hoje eu tava precisando
de um abraço silencioso
daquele que mata a saudade
e fala tudo, sem palavras
No toque surdo, dois corações
sincronizados no beat
esquecer o rush, o Bush, o ponto
aquecer as linhas das mãos
Estancar o sangramento
das horas vazias
Olhar mais do que o visível
e sair de mãos, finalmente, dadas
6.4.05
Hai-kais e Curtas
Hai-kaindo de saudade
Saudade me desafia
se te vejo
na fotografia
Perigando
Paixão é perigo:
minha língua,
seu umbigo
Retrato
Amar é um fato
que até cabe
num retrato
Aquecimento
Saudade me desafia
se te vejo
na fotografia
Perigando
Paixão é perigo:
minha língua,
seu umbigo
Retrato
Amar é um fato
que até cabe
num retrato
Aquecimento
O mundo em ebulição
Teu beijo ferve
Meu coração
Indigo Dreams
Prefiro suas fotos
azulejadas
Desejeans
Chuva de Verão
Uma chuva de
Anamaria
eu queria!
Do Amor
Como pode o amor ser cego
se vivo ao te ver?
É chamado de irracional,
e quero mais te saber?
Transpassa o peito, é punhal
e faz o coração bater?
Nem sempre pode durar,
mas sempre pode acontecer!
Como pode o amor ser cego
se vivo ao te ver?
É chamado de irracional,
e quero mais te saber?
Transpassa o peito, é punhal
e faz o coração bater?
Nem sempre pode durar,
mas sempre pode acontecer!