4.12.22
Expectavida
Era pra ser lua de mel
Virou beliche de hostel
Era pra ser felicidade
Virou fuga da cidade
Era carne e unha
Virou unha na carne
Era foto na paisagem
Virou miragem
Era o lado a lado, o tudo
Virou passageiro mudo
Era um amor espelhado
Virou dor sem atestado
Era pra ser um poema
Mas deu foi pena...
Fui muito primário:
Roma é, do Amor, o contrário
Partículas Espaciais
Isso todos somos,
como somos
cromosssomos
Cosmos somos
Mesmas partículas
Particularmente fractais
Em cálculos imaginários
Gravitacionalmente reunidos
Tão frágil, sozinho, finito
Viajante do tempoespaço
Mergulhei na sua órbita
De partículas especiais!
(Brasília - DF, junho de 2022)
FontAna
Tantos passos nas vias
Veias seculares
De Roma
Pensares esculpidos
Marmorizados
Blocos e ferro fundidos
Tantos joelhos
Dobrados
Imensos palácios
Castelos pétreos
Paredes de ouro
Molduras de argento
Santos, divindades,
Reis e vestais
Cúpulas altíssimas
Obsessivamente pintadas
Te fazem pequeno
Te sabem provisório
Tantos degraus
Ao subterrâneo
Da mente e do existir
Debaixo de Napoli
Tem outra cidade
Cavada na pedra macia
Do rio de lava
Somos seres-cidades
Com tesouros
De persona ocultos
Tantas lágrimas
Sutilmente escorridas
Nas pedras eternas
Guiadas em aquedutos
Num ciclo perene
Fazendo FontAna
SóBrevivendo
Sobrevivendo
Só, bebendo
Breve vida
Vida bebida
Num pub romano-Irlandês
Lagavulin 16
A via de pedra molhada
Da vida improvisada
Turistas tomando un gelato
Poema em sentido lato
(Piazza Navona, Roma, Itália, nov/2022)